Manaus

Detentos do Compaj realizam vestibular através de projeto social.

A medida faz parte do projeto Libertando o Saber, que visa investir na oferta de ensino superior para os presos das unidades prisionais de Manaus.

Nesta segunda-feira (19), 30 detentos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) realizaram o vestibular para cursos na modalidade de ensino a distância da Universidade Estácio de Sá. A medida faz parte do projeto Libertando o Saber, uma parceria entre a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), a Reviver Administração Prisional Privada e a Faculdade Estácio de Sá, que visa investir na oferta de ensino superior para os presos das unidades prisionais de Manaus. 

A iniciativa garante aos detentos bolsas limitadas de 70% de desconto, no primeiro ano do curso, e 50% nos anos seguintes, com as mensalidades pagas por seus familiares. Quando aprovados no exame, os presos têm a oportunidade de cursar nos polos educacionais montados dentro da unidade onde cumprem suas penas. 

O professor Eduardo Segura, que é responsável pela parte operacional do projeto Libertando o Saber, conta que o projeto teve início a partir da ideia de uma assistente social de dentro do Compaj, presídio onde ocorre o projeto piloto e já contemplou 30 reeducandos. “O grande desafio desse projeto todo é trazer ressocialização para os detentos do sistema fechado e aberto, para que eles tenham oportunidade de trabalho aqui fora e possam renovar suas vidas”, declarou o professor. 

Os cursos a distância que a Estácio disponibiliza em seu catálogo vão de bacharelados e licenciaturas a tecnólogos, com duração de dois a quatro anos. Dentre as escolhas dos reeducandos do Compaj estão: Logística, Segurança no Trabalho, Gastronomia, Cozinha Contemporânea, Contabilidade, entre outros. 

O complexo penitenciário foi a primeira unidade prisional a aderir à iniciativa. Hoje, o estabelecimento já conta com um total de 29 internos matriculados em cursos de ensino superior e, segundo o diretor do Compaj, Lucas Maceda, a meta é aumentar esse número. 

“Entendemos que o ensino é algo fundamental e o pilar mais importante para o fenômeno da ressocialização. Realizar vestibulares e inserir cada vez mais internos no nível superior, é primordial para a melhoria do processo de reinserção na sociedade, afinal, com o diploma da graduação em mãos e a liberdade, eles não poderão perder em nada na concorrência do mercado de trabalho com as pessoas que nunca passaram pelo sistema”, disse.   

Everton San cumpriu pena no Compaj, e conta que através do projeto Libertando o Saber teve a oportunidade de mudar de vida. “Eu estava ali naquele lugar (Compaj) e tive a oportunidade de conhecer esse projeto que me deu a experiência de ter uma nova vida, uma forma de pensar melhor, uma forma de agir e uma nova perspectiva de vida. Hoje estou fora e estou terminando de concluir minha faculdade e fazendo novos cursos na instituição”, relatou Everton. 

Ao longo do mês de julho, outras penitenciárias também realizaram o vestibular da Estácio. Logo no início do mês, 28 reeducandos do Centro de Detenção Provisória de Manaus 2 (CDPM 2) participaram do exame. Na última sexta (16), 71 apenados do Centro de Detenção Provisória de Manaus 1 (CDPM 1) também prestaram vestibular.

(*) Com informações da assessoria

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