Funcionários de policlínica exigem intervenção na administração e apontam assédio moral e outras irregularidades
Funcionários da policlínica Gilberto Mestrinho, estão denunciando casos de perseguição, ameaças e assédio moral dentro da unidade de saúde. As denúncias se estendem até aos bombeiros, que segundo os trabalhadores, comandam a unidade e impõem condições extremas e humilhantes aos funcionários civis.
“Bom dia, sou funcionária da policlínica Gilberto Mestrinho no centro, não gostaria de me identificar, por receio de represália por parte do governo do Amazonas. Aqui está cheio de militares nos vigiando. Uma das denúncias que quero fazer é em relação aos funcionários maiores de 60 anos e grupos de risco que não foram afastados. Não há determinação para proteger esses funcionários ou seja, a lei do grupo de risco não está valendo aqui”, garante a denunciante.
Em outro trecho da denúncia, os funcionários afirmam que não tem direito de ser consultados com os médicos especialistas da policlínica, que na maioria são militares.
“Hoje, começamos atender usuários sintomáticos do Covid 19, em meio a pacientes crônicos, diabéticos, cardiopatas, hipertensos, idosos e etc. Não há protocolo para evitar contágio para nos trabalhadores”, diz outra parte da denúncia.
SUBORDINADOS A MILITARES
A denúncia também afirma que funcionários civis são comandados por militares, o que seria inconstitucional. “Nos civis, estamos sendo comandados por militares. É inconstitucional. Deveríamos ter nossa chefia civil e não militar, pois somos subordinados a SES e os militares, a Secretaria de Segurança Pública”, revela ainda a denúncia.
SUPOSTA FRAUDE NO SISREG
Outro fato que chama atenção é sobre uma suposta fraude no Sisreg, sistema que agenda as consultas com especialistas.
“O Sisreg é uma fraude. Aqui temos vários especialistas médicos e os usuários demoram a serem atendidos. Dizem que não tem vaga ou especialistas, mas aqui, tem especialistas que vem atender. Às vezes tem um ou dois pacientes, então, porque o sistema não encaminha? Temos aqui, dermatologista, cardiologista, ortopedista, mastologista, ginecologista, otorrinolaringologia, fonoaudiologia, psicologia, neurologia, mas os pacientes não são atendidos”, diz parte da denúncia.
CABIDE DE EMPREGOS
Em outra parte da grave denúncia, afirma que no local está ocorrendo a superlotação de bombeiros, uma espécie de ‘cabide de emprego’. “ Esses profissionais poderiam ser melhor aproveitados e seriam de mais valias nós PSs e UPA
s, onde a demanda é exorbitante. Se tivessem uma câmara escondida iriam ver a ociosidade”, diz a denúncia.
A situação é tão greve que os funcionários dos SPA`s não tem direito de fazer exame de Covid PCR, só para pacientes internados se funcionário quiser tem que procurar clínica particular.
Fonte: Portal o Flagrante