Saúde

Cientista diz que só lockdown de 21 dias em todo o país pode parar covid

Só lockdown de 21 dias em todo o país pode parar a pandemia da covid-19. É o que diz o médico, neurocientista e professor catedrático da Universidade Duke (EUA), Miguel Nicolelis. O cientista alertou autoridades e orientou as medidas a serem tomadas, em especial um necessário lockdown.

Além disso, desde dezembro, o médico, neurocientista e professor catedrático vê o colapso se aproximar no horizonte da pandemia.

Na semana passada, deixou a coordenação do Comitê Científico do Consórcio Nordeste para a Covid-19.

O agravamento da pandemia da Covid-19 vem levando os sistemas hospitalares de diversos estados ao colapso, de Norte a Sul do país.

Lockdown nacional

No dia em que o país registrou o pior número de mortos em 24 horas de toda a pandemia, foram 1.582 óbitos registrados em apenas um dia, Nicolelis defendeu a necessidade de um lockdown.

Em conversa com O Globo, o cientista diz que só dessa forma pode evitar o colapso simultâneo da saúde (e depois funerário) em praticamente todo o país: “A população precisa acordar para a dimensão da nossa tragédia”.

Na entrevista ele revela que saiu do Comitê Científico do Nordeste em razão apontada pela imprensa foi a relutância dos governos em adotar o lockdown.

“Avisamos em 18 de dezembro que a situação ia ficar crítica. Minha missão foi cumprida, deixei minha vida de lado para achar as melhores formas de combater a pandemia no Brasil”.

Colapso

O cientista destaca que, Santa Catarina anunciou que colapsou, o Rio Grande do Sul está dramático, o triângulo mineiro colapsou.

Além do mais, Belo Horizonte teve dois lockdowns que provocaram queda importante nas internações e mortes, mas o sul do estado, não.

Existem preocupações na região Norte, Rondônia já foi, Mato Grosso, o próprio Distrito Federal, São Paulo tem menos de três semanas de reservas de leitos de UTI.

“O que, para a cidade que é a capital de medicina brasileira, é assustador. Ultrapassamos o recorde de internações”, comenta.

O médico acrescenta, ainda, o Estado do Rio, onde, segundo ele, a letalidade é recorde no Brasil.

Por fim, na análise do cientista, o Nordeste ficou com o menor índice de óbitos por 100 mil nos primeiros 11 meses, mesmo assim o crescimento ainda é o menor.

“Eu estou vendo a grande chance de um colapso nacional. Não é que todo canto vá colapsar, mas boa parte das capitais pode colapsar ao mesmo tempo, nunca estivemos perto disso. Se eliminar o genocídio indígena e a escravidão, é a maior tragédia do Brasil”.

Fonte: O Globo

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